sábado, 23 de fevereiro de 2013
Comadre Luzia( um pouquinho de história da mamae)
Comadre Luzia
Quando eu era criança não sabia quanta
sabedoria uma pessoa simples analfabeta da roça sem viajar, era portadora de
tanto saber. Comadre Luzia foi trabalhar com mamãe bem mocinha e só saiu da
fazenda Guariroba quando se casou com Jose Avelino e voltaram logo depois do
casamento. Um ano talvez para morarem na fazenda.
Mamãe
passou a te-la como ajudante , como já falei, bem novinha. Nesta época
ela habilidosa fazia roupinhas para nossas bonecas E que lindas eram!Costurava
com os fios dos panos usados para não gostar linha de carretel Zé Avelino e
Luzia formavam um casal trabalhador! Comadre Luzia ajudava a mamãe em tudo.
Cozinhava, gostava de plantar, e a horta de couve era de fazer inveja.
Mamãe
escrevia para São Paulo. Me lembro do endereço. Dieberger, AGRO Pecuária
pedindo as sementes que vinham logo e eram plantadas em um canteiros feitos de
acordo com os moldes daquele tempo.Esterco de vaca misturada com terra . Um
rego na terra onde corria água para aguar as plantas toda tarde.
Tinham muitos
filhos: o Pedro Raimundo, meu afilhado. José hoje casado com a Gloria .
Sebastião... Ficaram na fazenda Guariroba muitos anos.Nada é muito perfeito
nesta família.Porque compadre Zé Avelino bebia muito e me lembro que no ultimo
filho que comadre teve, ela passou inventando que veio carregada numa cama
ajudado por Arnaldo meu irmão que segurava a mão da comadre e a animava ate o
carro que não podia chegar a sua casa.
Com o passar dos anos os filhos deixaram
a fazenda para morarem na cidade Arranjaram bons empregos e compraram
casas.Comadre Luzia foi morar com uma filha. Numa viagem que fiz a Araxá a
noticia de seu falecimento me abalou ,muito . Levei uma coroa de flores para
ela colocando o nome de meus pais já falecidos e assisti ao enterro. Será que
eu a agradeci muito o que ela fez por nós? Se não, que Deus a tenha dado o
descanso eterno.
Seu filho Jose e Gloria moram numa casa
confortável e cheia de plantas. E de cada uma recorda os ensinamentos da mamãe
e papai para plantá-las. Vi lá feijão, roseiras, begônias, flor de ceda, e
tantas outras conhecidas que me fizeram lembrar da Guariroba.
Eu conheci a comadre Luzia. Gloria sua nora foi babá de meu irmão Renato. Hoje já nao existe mais tantas comadres Luzia no mundo atual.Aqui em casa a gente tinha a nossa Tonha. Nossa segunda mãe que junto com mamae cuidou de nossa educaçao.
E voces tiveram também uma comadre em suas vidas?
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Fazenda São João
Que saudade desta fazenda, que na minha
infância pensava ser a mais linda de todas .Conforto ? Todos. Luz elétrica que
era ascendiam através de botões, que ficavam dentro da espaçosa casa, todos os
outros locais que estavam no pomar da fazenda como moinho, monjolo..
Hoje, olhando para trás fica na minha memória
uma infância com gosto de céu.
Agora que já sou avó de cinco netos de 25 a 17
anos e mais um netinho que nascerá neste ano de 2013,vejo o quanto me emociono muito com a vida deles, suas vitórias e
passeios estudos , tudo isto relacionado
com as lembranças boas que guardo dos tempos em que freqüentávamos como
crianças e adolescentes na casa da minha saudosa e querida vovó Zezé.
Não conheci o vovô Tobias porque ele faleceu
muito novo com apenas 38 anos. Posso dizer, que se existe paraíso na terra, ela
mora na casa dos avós. Meu avô Emidio e vovó Alice, não tenho grandes
recordações, mas com certeza seria do mesmo jeito.
Como era bom ir para a fazenda São João. Mamãe
e papai moravam na fazenda Guariroba mais ou menos perto da Fazenda São João.
Papai não tinha carro, naquele tempo falávamos automóvel. Tio André ia a cavalo
e eu me lembro de ir com ele.Tinha que passar num rio ou numa pinguela de
arame. Tinha muito medo mas o meu tio inesquecível, tio André, colocava me na
pinguela e me puxava pelas mãos. Lá jogávamos baralho, eu péssima para este
jogo, e tio Andre mandava me levantar as cartas e não percebia que na frente
dele havia um espelho por onde ele via minhas cartas. Ganhava sempre! Ficava
admirada vendo sua memória sabendo as
cartas que estavam comigo Durante o dia vovó que era idosa e fazia crochê,
tricô, bainhas me ensinou a fazer crivo.
Só consegui terminar aquele pano de bandeja. Nunca tentei fazer mais nada.
Os outros tio Paulo ,Otavio e José Maria eram tios que eu gostava muito . Eram também estimados pelos meus pais.
Quando eu estava na sala vovó me mostrou a
blusa de seu vestido de noiva.Experimentei e ficou certinho para mim.,Se tivesse idade para casar poderia
usar que seria o maior sucesso.
O maior orgulho que eu tinha relacionado a
fazenda era saber que em outras , de sobrinhas da vovó, especialmente do lado
do vovô não tinham. Da lagoinha por exemplo não tinham.Estas ,quando passavam os dias na fazenda São João queriam
tomar banho toda hora... Até nas horas das refeições, eles se lembravam da
banheira e deixavam a mesa e corriam
para o banho. Nunca vi este acontecimento que me foram passados pela
Andrea, ajudante da vovó, que sempre
estava conosco.
Lembranças que guardo até hoje era ver o jardim
sempre florido com tantas variedades de flores perfumadas. No alpendre havia
uma trepadeira branca que só ela me encantava com florzinhas brancas
muitos perfumadas. O rego que levava
água para o monjolo era todo cimentado e
a água caia em um lugar chamado trapizonga. Era um monjolo com duas peças que
socavam ao mesmo tempo milho. Nunca vi este noutro lugar.
Telefone? Havia também e comunicava os
moradores da Fazenda São João, São Mateus, e depois a nossa Guariroba. Vovó
gostava de fartura e na despensa todas as guloseimas que fazia: goiabada,
marmelada, doce de leite, pé de moleque, e biscoitos eram guardados lá. O
curral cheio de vacas ,era movimentado, empregados tirando leite que eram transformados em queijo
Com minha família crescendo, os irmãos e eu
também em idade escolar fomos deixando de ir
a Fazenda São João e passávamos as férias na Guariroba.
O tempo passou e hoje vovó falecida há anos, os
filhos e noras também mas a Fazenda São João está com minha tia Olga e seus
filhos. Olga é pouco mais velha do que
eu e continua bonita como quando era
novinhas.
Por incrível que pareça meus filhos não
conhecem aquela linda e suntuosa
fazenda, que foi palco do meu mundo de sonhos.
Hoje, só saudades, mas se Deus me permitir vou procurar Olga e marcarmos uma
visita na fazenda mais encantadora que conheço
Estas são palavras de mamãe. Ela
escreveu sobre sua infância e juventude para que pudéssemos nos lembrar sempre
do passado. Pois a história é uma delicia de ser contada. E nada como ser contada pelos nossos
pais.
E vocês sabem um pouquinho sobre a infância
de seus pais?
Assinar Postagens [Atom]