moniquinhaquinquinha

 Eu nasci no Rio de Janeiro mas minha cidade Natal do Coração é esta pequenina e fabulosa Santo Antônio do Amparo em MG.
Aqui vivi até me aposentar.
Aqui tenho amigos, amigas ,  afilhados, afilhadas, compadres e comadres
 Nesta casa na periferia da cidade mora uma  familia maravilhosa.Uma senhora que tem dos seus quase dez filhos cinco adultos especiais.  Um deles é afilhado de minha mãe, nas somos todas suas comadres;Mas a casa é tão limpa tão limpa que eu dormiria nela tranquilamente.
 O Prefeito da cidade e o secretário de obras fizeram algumas melhorias na casa. Um novo quarto e outras coisas que pudesse lhes dar algum conforto.
Dona Vicentina  não reclama mas me contou que necessita de uma geladeira. E me disse que ela chegará na hora certa.
E sabe pra quem ela reza para proteger o Sr Evandro, o prefeito?
Ela reza junto com o padre Marcelo na rádio. E me disse que ele é um santo padre.

 Vejam a casa! Não coloquei as fotos porque elas são especiais e não sei o conceito de beleza para muitos  por isso deixei que imaginem. 
 Esta galinha? No sitio de minha irmã tem muitas cabaças e ela conseguiu fazer esta galinha caipira. Não ficou uma graça?
 Colocamos na janela da cozinha aqui de casa. Pois foi a primeira de muitas que Elisa quer fazer.
 Mamãe adora copo de leite. Assim que chegamos de BH , minha tia Ilda fez a casa ficar mais alegre. Trouxe um buquê de copos de leite da fazenda Cachoeira.
 Fui na secretaria de educação visitar minhas amigas. As bonequinhas que minha primeira diretora fez: Maria Helena Lage ainda estão lá enfeitando a parede!
Não sei se contei pra vocês. Estou dando uma faxina nas coisas antigas de nossa casa! Esta casa tem mais de 100 anos.
E aqui estão todas as coisas das diversas cidades por onde passamos. Pois tem imensos armarios.
Este vestido, foi o vestido que mamae usou nos seus 17 anos como formanda em  curso normal em Magistério na cidade de Araxá no Colegio das Dominicanas.
E neste dia mamãe ganhou o primeiro lugar da turma além de ser uma das  alunas a estudar no Colégio desde o primeiro ano primário.
Só Elisa o usou quando fez 15 anos e não encontrei a foto. Deve estar com ela.
Temos muito mais coisas antigas por aqui, mas como dizia minha avó, de antiga basta eu.
Mas adorei rever algumas coisinhas.
Vou tirar mais fotos para motra-las

Resolvi acrescentar a história do vestido de mamãe escrito por ela mesma. Vejam!
Minha Formatura de Terceiro Ano Normal em 1950


Em 1950 terminei os meus estudos no Colégio São Domingos em Araxá. As irmãs dominicanas não tinham uma sala grande onde pudessem ficar para eventos no Colégio para alunos e convidados. As irmãs naquele ano tiveram a oportunidade de construir o salão de festas. Foi inaugurado com abanda de musica “Lira araxense” e os nossos pais aprovaram esta surpresa agradável. Fomos orientadas sobre nossa toalete Não, aos uniformes! Iríamos de vestido branco curto,não se usava longo, especialmente pelas alunas de um colégio católico. Fomos no compadre Matarazzo , que vendia tecidos, louças, etc. e compramos uma seda branca , a que mais gostamos e realmente era muito bonita.Havia em nossa cidade uma boutique de Da. Hermantina Drumond , conhecida por várias cidades, pelo seu bom gosto Fazia vestido de noiva, para baile de gala , de fantasias juninas , lindos , que chamavam a atenção de quem os via. Não sei porque fomos lá. Talvez por ser a primeira filha formando. Que surpresa agradável! Dona Hermantina me fez vestir um vestido francês , que era usado sobre outro de tecido azul. Fiquei muito bem com ele. O preço?! Pedimos para guardá-lo até o dia seguinte. Para surpresa minha Papai quis que eu comprasse aquele que Da. Hermantina me mostrou. O que fazer com o corte branco do compadre Matarazzo e a resposta foi do Papai.Vá e troque o que compraram por roupa de cama para Arnaldo , meu irmão, que iria estudar em Pará de Minas interno no Colégio...

Como me senti feliz! Não usávamos, abraçar, beijar nossos pais, mas se fosse hoje como os abraçaríamos. Papai e mamãe me deu um presente lindo.

No dia marcado para a formatura nos encontramos as dez alunas no colégio. Vi que minhas colegas gostaram de me ver, mas uma delas reclamou dizendo que eu havia descumprindo o combinado- forro azul! Subimos para o andar onde receberíamos nossos diplomas Decoração das religiosas que tinham mãos de fada. Tudo novo! Mesas, cadeiras, cortinas.... Dona Filoteca, irmã de Dom José Gaspar de Afonso e Silva foi a mestra de cerimônia. Depois dos cumprimentos aos pais, parabéns as religiosas disseram que naquele momento estava ansiosa para dar uma grande noticia. A Aluna Maria Alice de Paiva, eu, que estudava naquele colégio desde o 1º. Ano primário era a primeira colocada da turma. Papai disse que ficou tão emocionado que teve vontade de falar alto,( ele era bem tímido), ela é minha filha. Ganhei de presente das religiosas um álbum que lembrava a minha vida estudantil naquele colégio. Já tinha certeza que isto ia acontecer, o 1º. Lugar, porque irmã Emanuel secretaria do colégio pediu a Auxiliadora Paiva, minha prima, que me avisasse para não levar susto.

Das dez colegas uma sobressaia pela inteligência. Idê Aparecida Bittar. Chegou minha vez de reclamar estava errado, nunca, jamais estaria com notas melhores do que Ide . Você vai ajudar a vê como houve engano, Auxiliadora!. No dia seguinte a noticia confirmada. Não houve engano, nem erro. Numa matéria que não me lembro mais, minha colega tinha pior nota. Hoje tenho noticias de Ide, uma grande psicóloga em Brasília, auxiliar dos Bispos em reuniões importantes da igreja. Está gravemente enferma! No hospital com sua única filha e esposo. Guardo com carinho este álbum, mas não pude dizer aos meus filhos que nunca tinha tomado bomba...Tive que fazer segunda época de desenho, mas no curso ginasial.
Escrito por Maria Alice de Paiva - o ínicio de um livro que não termina

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