Como eu estava lendo o livro uma noite em 67 de Renato Terra e Ricardo Calil que sao entrevistas com os artistas que marcaram a era dos festivais perguntei:
A um jovem de 23 anos se ele conhecia a musica
Alegria, alegria de Caetano Veloso?
Ele disse que não se lembrava.Conhecia o artista mas não a musica e nem o livro.
Entao resolvi colocar aqui com algumas coisas interessantes que o entrevistador disse: E mais a musica de 1968 que gerou um discurso de Caetano de improviso
CAETANO
VELOSO no festival de 1967
Furioso CAETANO entrou em cena em 1967 no festival da TV Record e engatou
ALEGRIA ALEGRIA. A medida que a canção
avançava as vaias se transformavam em aplausos.. terminou ovacionado.
Consagrado.
Alegria, Alegria
Caminhando contra o
vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em
crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de
presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de
revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e
nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Ela pensa em
casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou
Eu tomo uma
Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e
nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até
pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem
documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por
que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
No ano de 1968 Caetano e Gil foram encarcerados e constrangidos
publicamente pelos militares. No ano seguinte exilaram se em Londres. Terminava
assim a trajetória de Caetano na era dos
festivais.
Imagem que marcou no Festival de 1967: eu estava assentado no
chão da platéia com um terno de Guilherme Araujo.e as pessoas começaram a me
reconhecer na rua e gostaram de mim.
Hoje o rock e terreno nobre da criação de musica popular no
mundo. E eu sempre tive no terreno nobre, sempre tive que fazer um esforço
justamente para estar fora. Agora eu entro no terreno nobre para profaná-lo
alegremente com a minha mera presença de velho, ultrapassado e não puramente
rock e roll, então eu me sinto bem em dialético acordo com aquela pessoa de 1967.
É Proibido Proibir
A
mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...
E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...
(falado)
Cai no areal na hora adversa que Deus concede aos seus
para o intervalo em que esteja a alma imersa em sonhos
que são Deus.
Que importa o areal, a morte, a desventura, se com Deus
me guardei
É o que me sonhei, que eterno dura e esse que regressarei.
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
No meio da apresentação um hippie americano berrava sons ininteligíveis. Em
protesto parte da platéia virou as costas. O gesto foi repetido pelos mutantes.
Ficou associada a este contexto a canção "É Proibido Proibir",
da sua autoria (mesmo compacto que incluía a canção Torno
a repetir, de domínio
público), que ocasionou um dos muitos episódios antológicos da eliminatória do
3º Festival Internacional da Canção (TV Globo), no
Teatro da Universidade Católica (São
Paulo, 15 de setembro de 1968). Vestido com roupa de
plástico, acompanhado pelas guitarras distorcidas d'Os Mutantes, ele lança de
improviso um histórico discurso contra a plateia e o júri. "Vocês não
estão entendendo nada!", gritou. A canção foi desclassificada,
Fora de si Caetano respondeu com um discurso corajoso. “
mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês tem coragem
de aplaudir no ano passado! São a mesma
juventude que vai sempre , sempre, matar amanha o velhote , inimigo que morreu ontem!
Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. O problema e o
seguinte : vocês estão querendo policiar
a musica brasileira . Mas eu e o Gil já abrimos caminho.o que vocês querem? Eu
vim aqui para acabar com isto. Eu quero dizer ao júri me desclassifiquem”
OBS: eu nao sei colar o video mas poderão ver na internet!
OBS2. Dedico estas musicas aos jovens pra que nao deixem morrer estas belas cançoes que transformaram a sociedade brasileira.
Procurem ouvi las!
# postado por Mônica @ 18:51
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